terça-feira, 23 de outubro de 2007

Equipe

Estamos encerrando as transmissões ao vivo do Compoli. Evento produzido pelas turmas de Comunicação e Política (01) e Comunicação e Poder, coordenadas pelo professor Doutor Fernando Conceição.

Agradecemos o apoio da Pro-reitoria de extensão da UFBA, a ABI (Associação Bahiana de Imprensa), a delicatessen Bella Massa, ao restaurante Nirá, a cantina de Tia Del e à produtora Jr. da Facom.

Equipe de reportagem responsável pela transmissão do evento no blog
-Eric Luis Carvalho
-Patrick Ferreira
-Thiago Pereira

Equipe de fotografia
-Rebeca Bastos
-Juliana Souza

"Seremos a potência da energia renovável."

O professor José Walter Bautista Vidal começa sua palestra dizendo que o mundo está próximo de entrar em colapso. E o Brasil, de forma pioneira, descobriu uma forma mais limpa de energia, cujo interesse é mundial.

Vidal fala de algumas experiências no interior de são Paulo, com a criação de pequenas usinas de forma quase auto-suficiente, usando como combustível a cana produzida na própria região.

Em contato com o “Big Boss” da Texaco, no Texas, na década de 70, o professor começou a pensar numa alternativa para a crise do petróleo pelo qual o mundo estava passando na época.

“A primeira idéia do Proálcool foi usar o tempo ocioso dos usineiros. Hoje o Brasil é o único país portador de um modelo de energia alternativa eficaz para a substituição do petróleo. ‘Nós somos o novo Iraque, mas sem bombas nós temos dólares’.”

“Seremos os maiores produtores de energia alternativa, porém permaneceremos na mão de países estrangeiros. Temos que fazer uma revolução social neste país. Tirar a produção de grandes empresas e entregá-las a pequenos produtores. Temos também que criar uma empresa de economia mista para proteger o micro produtor. Pois se não o fizermos ele vende a terra na primeira oportunidade que aparecer.”

“A conquista do mercado é uma guerra, porém temos o mercado de energia em nossas mãos. Somos beneficiados geograficamente e temos que investir nesse nosso privilégio. O governo lula está fazendo o inverso, ao invés de investir nessas novas tecnologias, paga bilhões para a construção de gasodutos, fonte com a qual não temos muita desenvoltura.”

“Há um projeto em tramitação no congresso que defende a possibilidade de em 10 anos não usarmos mais derivados de petróleo nos veículos. Isso é um mercado enorme. Pra atender, precisamos de investimento, expansão. Temos uma oportunidade histórica única de nos transformarmos numa das maiores potenciais energéticos do mundo.”

J. W. Bautista Vidal

Após a suspensão de seu vôo no aeroporto de Cuiabá o físico, J. W. Bautista Vidal, chega ao auditório da Faculdade de Comunicação onde foi recebido com um salva de palmas.

Coffee-break




Beth Wagner


Dá-se inicio a palestra de Beth Wagner, coordenadora do CRA, órgão que está completando bodas de prata, 25 anos de existência, na gestão de recursos ambientais. Em principio Beth discorre acerca da lei de recursos hídricos criada há 10 anos, onde a água passa a ser tratada como uma commodity. Ela passa de bem comum a produto de mercado com acesso restrito.

Segundo Beth, há uma grande fragmentação nos órgãos públicos de gestão ambiental, o que dificulta a adoção de medidas no setor. Torna todo o processo uma prova de “burrocracia”. Ela cita como exemplo o problema de um empreendedor que precisou de nove anos para obter uma licença. Há a necessidade de racionalizar o sistema. No Rio de janeiro, houve uma união dos órgãos responsáveis pela conservação e utilização dos recursos ambientais, agilizando e simplificando os processos.

A palestrante cita Milton Santos que, apesar de não ter se referido diretamente ao meio ambiente, foi um homem de pensamentos civilizatórios, possibilitando, portanto sua associação com idéias de vivência em conjunto com o meio. Deve haver uma incorporação das idéias do intelectual baiano às de defesa ao meio ambiente.

O Brasil como o quarto maior contribuinte para o aquecimento global deve assumir uma posição de defesa ao planeta e alterar sua posição no quadro planetário referente a poluição. Para tanto a Bahia adota medidas como a recuperação do antigo papel do SEMAR em mapear zonas ecológicas do estado. Há também o quadro de descarbonização da Bahia. Segundo Beth Wagner até “o próprio avião do governador está descarbonizado”.

Com relação à mídia, Beth Wagner, enfatiza a necessidade de honestidade e compromisso para com um assunto que se tornou pauta constante. Os jornais não podem dizer que a Petrobrás é a culpada por um desastre na baía de todos os santos quando isso não é verdade.

Liliana Peixinho


A jornalista inicia sua palestra discorrendo acerca do “alerta mundial”. Para Liliana a terra está em chamas e tudo isso se deve à ação humana. O modelo de vida fincado no consumo desmedido é a causa deste cenário de aquecimento global e destruição ambiental. “É necessário o consumo consciente, comprar apenas o necessário”. Segundo Liliana Peixinho falta políticas publicas que levem a prevenção do desperdício.

A situação climática do planeta sofreu uma mudança drástica em 70 anos. Esta alteração se deve a ações humanas como o cultivo de monoculturas que acabam por empurrar as florestas causando o desflorestamento.

Com relação ao trabalho jornalístico voltado para o meio ambiente Liliana ressalta a necessidade de sensibilidade, seriedade, compromisso e coragem. Citando a imparcialidade como sendo um mito. O Jornalista deve assumir uma posição, no caso, a defesa ao meio ambiente.

Liliana sofreu perseguições no cumprimento do seu “dever ambiental” pelo interior do Brasil, sendo, inclusive, escoltada pela polícia federal em alguns momentos. Baseada em sua experiência, ela afirma a existência de uma perseguição aos profissionais que defendem a causa ambiental. Havendo inclusive a perda de ativistas.

A Jornalista é criadora do grupo AMA (Amigos do Meio Ambiente). E termina sua palestra mostrando fotos de diversas participações do grupo em diversas atividades de cunho ambiental.

Apresentação em Power Point usada na palestra
Propostas do AMA

Atraso do vôo

O mediador Fernando Conceição inicia o Compoli relatando uma o possível atraso do físico J. W. Bautista Vidal, que chegará por volta das 10hrs por conta de uma suspensão de vôo no aeroporto de Cuiabá.

Abertura do Segundo dia do Compoli


Rebeca Telez inicia o último dia do Compoli, convidando à mesa o mediador Fernando Conceição, a jornalista Liliana Peixinho e a coordenadora do CRA (Centro de Recursos Ambientais) Beth Wagner.

Beth Wagner e Bautista Vidal no 2º dia do Compoli



Daqui a pouco na manhã deste 23/10/07, a diretora geral do Centro de Recursos Ambientais (CRA) do governo da Bahia, Beth Wagner (foto), dá início ao segundo dia de debates da quarta edição do Compoli, ao lado da jornalista especializada Liliana Peixinho. Também participa da mesa o físico J.W. Bautista Vidal, ex-presidente da Capes, que é considerado "o pai" do Proálcool - o programa brasileiro de biocombustível mais respeitado do mundo.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Perguntas da Platéia



Convidada da platéia


Pensando na complexidade desse quadro sobre a questão ambiental, algumas perguntas: existe um jornalismo qualificado no Brasil pra cobrir isso? Qual o papel desse jornalismo na criação de outra consciência? E essa consciência é capaz de produzir outras questões sobre o assunto? E no ponto econômico, o desenvolvimento sustentável é viável ou não passa de um romance?


Torres Freire

O Jornalismo brasileiro é muito pobre. Mas existe jornalismo qualificado sim. Só que não existe muito mercado pra isso.

O Jornalismo não tem que criar novas consciências. No entanto, se as pessoas tiverem interesse, ele é capaz de mudar. Mas o jornalismo, sozinho, não pode fazer muita coisa. Isso é mais um cunho político.

Sim, eu acredito em desenvolvimento sustentável. Mas isso não é só combustível. Falta infra-estrutura, planejamento, e isso degrada enormemente o ambiente.

Fernando Conceição

Paul, o Partido Verde no Brasil não tem nada a ver com o partido francês. Quais as diferenças entre os partidos e o que vem a ser uma pessoa "Verde Engajada"?

Paul

O Partido Verde francês tem uma visão radical, porém não revolucionária. O Partido Verde brasileiro tem mais a ver com essa segunda pergunta: as práticas do cotidiano. Eu sou ecologista político. O primeiro animal que me interessa no mundo é o ser humano. Não me interesso em salvar as baleias. Não é minha praia. No entanto vejo o meu partido como único no mundo que levanta essas questões. Não podemos deixar de usar um aparato, se não houver alternativas. Não vou parar de usar detergente se não houver uma alternativa viável a ele, por exemplo.

Liliana Peixinho na platéia



Nesse cenário de harmonia entre o que o planeta pode sustentar e o que a gente precisa de fato, como vocês vêem mudanças como a China, que num curto espaço de tempo trocou as bicicletas pelos carros. Como vocês vêem esse aumento de consumo e o novo paradigma que a China traz pro mundo?

Torres Freire

No que diz respeito à fome, o problema mundial não é falta de comida. O problema é político. De distribuição, barreiras, etc.

A agricultura familiar, do jeito como é hoje, não tem mercado. Não tem futuro. Às vezes é melhor concentrar terra por meio de cooperativas.

A China é uma ameaça não só por conta do crescimento, mas porque o modo como eles crescem é ruim. Da mesma forma que é impossível reproduzir o modo de vida norte-americano, também não dá para dizer "Chineses, não cresçam porque o planeta não aguenta".

Paul Regnier

Claro que a agricultura familiar não é competitiva. Não tem como. Mas abandoná-la também não é solução. Não é diminuir o preço da Mamona e sim aumentar o preço da Soja, por meio de taxas que abonem a destruição ambiental que ela representa.

Pessoa na Platéia

Como os palestrantes vêem as políticas de prevenção de natalidade?

Paul

São válidas. A dúvida é saber qual povo vai ser diminuído. A AIDS já mata milhares.

Vinícius

Ou se tem um programa voluntário ou um programa autoritário. Quando as pessoas têm informação, saúde e acesso à informação, elas têm capacidade maior de decidir sobre suas próprias vidas.

Comentários da Mesa


Paul comenta que a ecologia política está preocupada com o uso que as novas tecnologias vão ter. Ele não concorda com o modelo de sociedade em que é preciso produzir mais para sustentar o "American way of life". "É importante defender o consumo de combustíveis biológicos, mas principalmente é preciso se pensar na economia drástica de energia."

Paul cita ainda Gandhi, com a expressão "A verdadeira civilização não consiste em multiplicar as necessidades, mas em limitá-las voluntariamente. Esse é o único meio para o cidadão conhecer a verdadeira felicidade".

Vinícius treplica afirmando que não era seu objetivo fazer uma defesa do biocombustível. Claro que há o desperdício nos EUA. É a sociedade do desperdício por excelência. Mas mesmo em consumos menores, é preciso haver combustíveis. "Numa população mundial próxima de 7 bilhões de pessoas a necessidade de combustíveis vai ser grande. E a pesquisa nesse sentido vai ser sempre um avanço. Mas esses avanços também trazem problemas".

Fernando Conceição pergunta a Vinicius qual a contribuição que os meios impressos dão para a destruição das áreas florestadas do país?

Segundo o jornalista da Folha, a primeira contribuição do jornalismo impresso seria se extinguir. "O jornal é uma indústria muito primitiva. A produção de papel, no entanto, é um grande mercado. A tecnologia já nos permite minimizar o uso de papel. Mas a produção de celulose para papel não chega nem perto da devastação de madeira na Amazônia por meio da derrubada ilegal.

Fernando comenta que 30 anos depois da criação do computador, que poderia diminuir o uso de papel, aconteceu o contrário. Nunca se usou tanto papel como na nossa época. "A burocracia da sociedade dificulta a implantação dos meios eletrônicos. Pois é preciso carimbar, em papel, documentos que poderiam ser transferidos de forma digital."


O Coordenador da mesa faz ainda uma pergunta para Paul Regnier: Em quê esses movimentos "da moda", como passar um dia sem usar carro ajudam na proteção ao meio ambiente?

Para Paul, se é possivel fazer um dia sem carro, é porque o transporte público é eficiente. Um dia sem carro em São Paulo seria praticamente um feriado, pois as pessoas não teriam como se locomover. Mas essas medidas são interessantes, na sua visão, pois um dia em que se deixa de consumir algo em escala global é melhor do que um feriado como o Dia das Crianças, em que se incentiva o consumo de brinquedos.

Torres Freire complementa dizendo que a repetição dessas iniciativas pode ajudar a popularizar medidas ambientais e a criar uma consciência ambiental, um efeito benéfico.

Palestra de Vinícius Torres Freire


Vinícius Torres Freire inicia sua palestra, "O custo econômico-social do biocombustível: uma abordagem jornalística", afirmando que o cenário do biodiesel apontado é basicamente inútil. Posto dessa forma, ele não mostraria quais os desenvolvimentos possíveis. O que está sendo discutido basicamente sobre biocombustiveis é como podemos ter um uso mais eficiente, menos poluidor, e, em última análise, quais países vão ter preponderância nesse mercado. Para discutir biocombustíveis é preciso ver outros fatores, como o interesse de grandes instituições a respeito do assunto. Não ver isso é fazer uma abordagem muito frágil.

Já sobre a dicotomia comida x biocombustíveis, Vinícius acredita que essa é uma visão ruim, pois as instituições não fazem pesquisas e nem permitiram algo nesse sentido. Para exemplificar, Vinícius mostra que para abastecer 100% do mercado americano, o Brasil precisaria de toda a sua área cultivável, mas isso nunca vai acontecer porque, em primeiro lugar, uma hora vai ser mais vantajoso plantar comida do que cana; e em segundo, países mais ricos tem barreiras que impedem países de terceiro mundo, como o Brasil, de se tornarem competitivos. Vinicius comenta ainda que a produção agrícola americana e européia é subsidiada oficialmente, o que dificulta a entrada do Brasil nesses mercados. Há também as barreiras cientificas, como a falta de incentivos à pesquisa.

A hipótese de que a mera extensão da produção de cana diminui o plantio de comida é bastante vulgar, pois é possível aumentar não só a área cultivável, como melhorar as produções. As barreiras para a expansão do álcool são, portanto, políticas.

Vinicius aponta que o álcool celulósico é a Meca das pesquisas do aproveitamento da cana como biodiesel hoje em dia. Torres Freire usa esses exemplos pra mostrar que os estudos nessa área ainda tem muito o que crescer. Especialmente em pesquisa, que não avança por falta de interesse no assunto. Como exemplo, as pesquisas de malária, que nunca foram à frente por falta de interesse.

"O Cenário catástrofe não é certo nem errado. É inútil."

Em quais condições é possível que se mantenha a agricultura familiar? No Paraná, essa agricultura está estritamente ligada a grandes empresas, como a Sadia. Entretanto é muito difícil manter uma relação dessas, pois, em muitas vezes, a produção familiar não serve às grandes empresas.

Não existe pesquisa eficiente para a produção de mamona e dendê. Em escala industrial, essa produção se torna inviável, entre outros fatores, porque para pegar mamona de vários produtores, o gasto logistico é muito grande (comercial e ambientalmente). Para produzir biodiesel, é preciso gastar diesel.

A cana vai ser apenas uma das alternativas energéticas do futuro. Primeiro, porque o mundo inteiro está pensando em novas fontes; segundo, nenhum pais com importância econômica vai querer sair da dependência do petróleo pra cair em outra. Energia não é só pra colocar no tanque do carro. É preciso se pensar em energia térmica, solar, aeólica, etc.

Proibir a queimada de cana traz prejuízos: elimina a mão-de-obra assalariada e mecaniza totalmente a produção, pois é inviável cortar cana manualmente, sem queima.

Quais as soluções? Investir em tecnologia, para aumentar a eficiência da produção, e romper as barreiras comerciais dos países ricos.

Pausa para o Coffee Break


Respostas de Paul Regnier às dúvidas da mesa


Em resposta Paul cita o Greenpeace, que faz organizações pontuais para alertar sobre situações específicas pelo mundo. Existem sim formas de encarar o problema. "A ameaça é pior que a ação".

Outro exemplo dado por Paul é a a ação de grupos militantes pelo lançamento das reparações dia 19 de Dezembro de 1993, que fez com que, no dia seguinte, a pauta dos principais jornais fosse o dia da consciência negra.

Sobre as ações do MST, Paul comenta que sempre foi a favor da luta com ações radicais. Contudo existe uma contradição: se os fins não justificam os meios, eu não posso fazer atos ilegais. "No entanto as leis estão erradas"! Não podemos aceitar leis como o apartheid, na África era necessária a guerra civil para acabar com isso. Talvez no Brasil seja necessária outra forma de guerra civil para derrubar essas multinacionais que conduzem de uma forma que não podemos concordar.

Regnier reforça que é preciso ter posição de cidadão engajado. Sem medo de retaliações.

Por fim, sobre as lutas dos movimentos ecológicos, ele comenta: "Pra mim, eles tem ganhado espaço. Não tem a história que grandes conceitos como capitalismo e socialismo tem. Ela é uma utopia recente."

Questionamentos sobre a palestra de Paul Regnier


Vinicius Torres Freire, colunista da Folha de S. Paulo, inicia seus comentários sobre a palestra de Paul Regnier.

O Palestrante da Folha enfatiza no seu comentário a "polêmica" dos biocombustíveis no Brasil, que, pra ele, parecem mais com uma fantasia, já que o agronegócio da cana não é um projeto ambiental, e sim um plano de crescimento da indústria paulista do setor.

Vinícius questiona Paul: como estabelecer o movimento ambiental no meio local, conseguindo ainda ter alguma influência no global?

Fernando Conceição complementa a pergunta questionando a ótica de Paul a respeito do Movimento dos Trabalhadores Sem-terra, exemplificando com o ato de mulheres do movimento que, no ano de 2006, destruiram um laboratório de pesquisa de transgênicos. Ele, o MST, é ambientalmente correto?

"O Ser Humano é também o Meio Ambiente"

Após o vídeo, Paul Regnier apresenta algumas planilhas sobre as consequências do crescimento desordenado da população sobre o meio ambiente. E comenta que há um crescimento natural da temperatura em intervalos cíclicos de 150.000 anos. Entretanto, o pico atual é muito maior do que qualquer outro já registrado.

Paul passa a comentar a epidemia de AIDS, que atinge principalmente a população Africana. E o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de algumas regiões do mundo. Segundo ele um "Apartheid Planetário".

"O Meio Ambiente é decidido de forma coletiva, portanto, ele é político". Ao contrário do que o pensador italiano Nicolau Maquiavel discreve no seu clássico livro O Príncipe, na ecologia política os fins não justificam os meios. Mas sim estão nos meios.

O Desenvolvimento sustentável, segundo Regnier, consiste em suprir necessidades da geração atual sem comprometer a sobrevivência das gerações futuras. Isso pode ser feito garantindo o acesso aos "bens públicos mundiais". A definição de bens públicos há de ser local. São as necessidades do contexto local ambiental, social, econômico, educacional.

Pensar global: "Somos todos responsáveis de tudo e diante de todos, particularmente de sí mesmos" (Alain Lipietz)

Eu não escolhi meu nome. Ou seja: o mundo em que vivemos não foi feito por nós. A inércia das instituições ajuda a explicar o mundo no qual estamos. "Eu costumo dizer que 'buroprofessor' é bem pior que o burocrata simples" (Milton Santos).

Robert Bullard: O "Racismo Ambiental" se refere a qualquer política, prática ou diretiva que afete ou prejudique, de formas diferentes, voluntária ou involuntariamente, a pessoas, grupos ou comunidades por motivo de raça ou cor.

Mapa de conflitos causados por racismo ambiental no Brasil

Ecologia Popular: a ecologia popular propõe a participação de todas as classes. "Somos todos responsáveis".

Paul Regnier

Paul Regnier, ex-militante do Partido Verde fracês, apresenta o flime "A ilha das flores".

Fernando Conceição


Fernando Conceição retoma a mesa e apresenta os convidados Vinícius Torres Freire, ex-secretário de redação da Folha de S. Paulo e que atualmente mantém uma coluna no caderno de economia do mesmo jornal. E Paul Regnier, ex-militante do Partido Verde Francês.

Simone Bortoliero


Professora Doutora Simone Bortoliero, especialista em Jornalismo Ambiental, discorre sobre a comunicação ambiental citando programas televisivos como Globo Ecologia e Reporter Eco, além de publicações impressas ligadas a temas ambientais.

Posteriormente fala da comunicação multidisciplinar. Tratando o tema ambiental dentro de outras problemáticas como a violência e a qualidade de vida das pessoas. Segundo ela, o jornalista precisa conhecer diversas áreas para entender a complexidade que envolve o tema ambiental. Não ficando preso às fontes oficiais sobre o assunto.

"Discutimos na televisão a célula tronco para uma população que mal sabe o que é genética"

Por fim, será exibido um vídeo de título "onde está a água?"

Annamaria Palácios


A diretora em exercício, Annamaria Palácios, dá boas vindas aos convidados e deseja aos palestrantes um bom debate.

Agostinho Muniz


O coordenador da ABI (Associação Bahiana de Imprensa), Agostinho Muniz, apresenta o panorama do jornalismo baiano e comenta a abertura de novas vagas no mercado de trabalho do jornalismo e como a ABI vai se relacionar com esses novos profissionais de mídia.

Fala também da relação difícil entre os profissionais de comunicação e o Estado. Enfocando a quantidade de assassinatos que não tiveram seus inquéritos finalizados e ficaram "por isso mesmo".

Por fim comenta a defesa do meio ambiente feita pela ABI, citando a proteção às matas ciliares do rio São Francisco e parabeniza a promoção do evento.

Abertura do Primeiro dia do COMPOLI


Rebeca Teles anuncia os convidados do dia e passa a voz ao coordenador do Compoli, o Professor Doutor Fernando Conceição, que inicia o evento falando sobre a crise planetária e a proposta dos alunos de tratar o tema nesta quinta edição.

Transmissão Online

O evento será transmitido via internet pela Rádio Facom, pelo site www.radiofacom.ufba.br.

Recomenda-se ouvir pelo programa WinAmp, ou outro compatível com o formato .ogg (o Windows Media Player não aceita esse formato).

domingo, 21 de outubro de 2007

Liliana Peixinho


Liliana Peixinho é jornalista, ativista ambiental, fundadora dos Movimentos 100% Voluntários AMA- Amigos do Meio Ambiente http://www.amigodomeioambiente.com.br/ e RAMA- Rede de Articulação de Mobilização Ambiental. Escreve para jornais, sites e revistas como Envolverde, Folha do Meio Ambiente, Revista do Meio Ambiente, Roteiro de Lavras, Amigos do Planeta Terra, Ecoterra. É também membro de redes de educação e comunicação ambiental. Tem pós-graduação lato senso em Mídia e Meio Ambiente pela Faculdade de Ciências da Bahia (Fabac).

Paul Regnier



Um dos palestrantes nesta quarta edição do Compoli, o pesquisador na área computacional do Instituto de Matemática da UFBA, membro do LaSiD (Laboratório de Sistemas Distribuídos), Paul Regnier tem formação em ciências biometereológicas na França e no Brasil (USP). Militante do Partido Verde da França (Les Verts), antes de se transferir para o Brasil em 2004, atuou como articulador de comunicação do partido por vários anos, tornando-se então principal assessor da única senadora eleita pelos Verdes em 2001. Atualmente é professor-substituto na UFBA, é casado e tem um filho, Omin.

sábado, 20 de outubro de 2007

José Walter Bautista Vidal


Doutor em Física pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos e engenheiro civil pela Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é professor aposentado do Departamento de Administração da Universidade de Brasília (UnB). Em 1969, foi nomeado o primeiro secretário de Ciência e Tecnologia no país, na Bahia. Assumiu por três vezes a Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério da Indústria e do Comércio, nos governos de Ernesto Geisel e José Sarney. Criou o Programa Nacional do Álcool (Pró-Álcool) na década de 1970.
Ocupou ainda cargos de comando junto a organismos de pesquisa e desenvolvimento científico-tecnológico. Foi presidente da Coordenação do Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), da Coordenação de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (CONMETRO), do Fundo Nacional de Tecnologia (FUNAT), do Fundo Nacional de Metrologia (FUMET), e da Fundação de Tecnologia Industrial (FTI). Vidal fundou cerca de cerca 30 instituições de pesquisa e desenvolvimento e criou o Curso de Especialização em Geofísica da Universidade Federal da Bahia. Autor de mais de 12 livros, recebeu o prêmio Casa Grande e Senzala de Interpretação da Cultura Brasileira em 1987 pelo livro De Estado Servil a Nação Soberana.
fonte: secom/UnB

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Debate sobre cobertura do meio-ambiente na FACOM

José W. Bautista Vidal, um dos "pais" do Proálcool brasileiro, e Vinicius Torres Freire, ex-secretário da Redação do jornal Folha de S. Paulo, são dois dos palestrantes na quarta edição do Compoli - Seminário de Comunicação e Política da Faculdade de Comunicação/UFBA, no campus de Ondina.

O evento, será aberto às 8h desta segunda-feira, dia 22, e prossegue no dia 23 também das 8h às 12h30. O tema geral do Compoli este ano é "A Cobertura do Meio Ambiente na Mídia". A atividade é de livre acesso ao público interessado, estudantes, professores e jornalistas - com inscrições limitadas (nicom@ufba.br).

Também serão palestrantes Beth Wagner, diretora-geral do Centro de Recursos Ambientais do governo da Bahia, a jornalista especializada Liliana Peixinho, e o pesquisador Paul Regnier, ex-membro de Les Verts (Partido Verde francês).

Bautista Vidal, que é professor da Universidade de Brasília, e Vinicius Torres Freire, que atualmente mantém uma coluna diária no caderno de Economia da Folha, vêm a Salvador exclusivamente para participar do Compoli. O evento terá cobertura ao vivo e simultânea pela www.radiofacom.ufba.br e pelo blog http://compoli2007.blogspot.com/.

(Para mais detalhes, favor contatar Thiago Pereira no 8806-9613 e George Brito no 8805-4087).

Vinícius Torres Freire


Vinicius Torres Freire nasceu no Rio de Janeiro em 1965. Estudou ciências sociais e letras na USP, foi pesquisador visitante da Universidade da Califórnia (San Diego) e faz MBA em finanças. Começou no jornalismo no "Jornal da Tarde", em 1985, resenhando livros.
Trabalhou na Editora Abril, no "Estado de S.Paulo" e foi, sucessivamente, editor de Educação, editor de Ciência, correspondente em Paris, editor de Opinião e editor de Economia da Folha.

PROGRAMAÇÃO COMPOLI 2007

COMPOLI - Seminário de Comunicação e Política da Facom
A COBERTURA DO MEIO AMBIENTE NA MÍDIA


PROGRAMAÇÃO

DIA 22

8h - Recepção aos convidados e participantes

8h30 - Abertura, pelo moderador Fernando Conceição, jornalista e professor da Facom.

8h45 - Comunicação: "Política de Comunicação para o meio-ambiente" , pela Profa. Simone Bortoliero.

9h - Palestra: "A ecologia no centro do debate político", por Paul Regnier, pesquisador UFBA e ex-membro de Les Verts (Partido Verde da França).

9h45 - Comentários do jornalista Vinicius Torres Freire.

10h - Coffee-break

10h20 - Palestra: "O custo econômico-social do biocombustível: uma abordagem jornalística" , pelo colunista da Folha de S.Paulo Vinicius Torres Freire.

11h25 - Comentários de Paul Regnier.

11h40 - Debate a partir de perguntas da platéia.

12h30 - Conclusões e encerramento.

DIA 23

8h - Recepção aos convidados e participantes

8h30 - Abertura, pelo moderador Fernando Conceição.

8h45 - Palestra: "Compromisso profissional na cobertura do meio-ambiente: a especialização do mercado", pela jornalista Liliana Peixinho.

9h15 - Palestra: "A gestão governamental do meio-ambiente na Bahia e seu espaço na mídia", pela diretora-geral do Centro de Recursos Ambientais da Bahia, Beth Wagner.

9h45h - Comentários de Liliana Peixinho e réplicas de Beth Wagner.

10h - Coffee-break

10h20 - Palestra: "Novas matrizes energéticas e suas implicações ambientais e político-sociais no mundo contemporâneo" , pelo físico José W. Bautista Vidal

11h25 - Comentários de Beth Wagner e Liliana Peixinho, com réplicas de Vidal.

11h50 - Debate a partir de perguntas da platéia.

12h30 - Conclusões e encerramento.

Organização: Alunos 2007.2 de Comunicação e Política (turma I) e de Comunicação e Poder

Apoio: Associação Bahiana de Imprensa - Pró-Reitoria de Extensão - Reitoria da UFBA - Produtora Jr.